Os primeiros anos escolares são uma ótima oportunidade para apresentar poemas para as crianças. Nessa fase os pequenos estão ampliando seu vocabulário, e nada melhor do que textos curtos e sensíveis para trabalhar o aumento do seu repertório. Assim, nesse post eu trago várias opções de poema para educação infantil, que você poderá usar tranquilamente em sala de aula.
A seguir eu mostro essa seleção de poemas para educação infantil, a maioria deles de autores famosos, que eu tenho certeza de que você irá reconhecer e se encantar!
Poemas encantadores para a fase da educação infantil
1) Porquinho da Índia, de Manuel Bandeira
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…
— O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.
Esse poema para educação infantil foi transformado em vídeo por um pedagoga, com imagens que cativam as crianças. Veja a seguir:
2) Pessoas são diferentes, de Ruth Rocha
São duas crianças lindas
Mas são muito diferentes!
Uma é toda desdentada,
A outra é cheia de dentes…
Uma anda descabelada,
A outra é cheia de pentes!
Uma delas usa óculos,
E a outra só usa lentes.
Uma gosta de gelados,
A outra gosta de quentes.
Uma tem cabelos longos,
A outra corta eles rentes.
Não queira que sejam iguais,
Aliás, nem mesmo tentes!
São duas crianças lindas,
Mas são muito diferentes!
Veja abaixo um vídeo com esse poema:
3) Pontinho de Vista, de Pedro Bandeira
Eu sou pequeno, me dizem,
e eu fico muito zangado.
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.
Mas, se formiga falasse
e me visse lá do chão,
ia dizer, com certeza:
— Minha nossa, que grandão!
Que tal ver esse poema para educação infantil de forma animada no YouTube? Confira a seguir:
4) A Canção dos Tamanquinhos, de Cecília Meireles
Troc… troc… troc… troc…
ligeirinhos, ligeirinhos,
troc… troc… troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…
Madrugada. Troc… troc…
pelas portas dos vizinhos
vão batendo, Troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…
Chove. Troc… troc… troc…
no silêncio dos caminhos
alagados, troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…
E até mesmo, troc… troc…
os que têm sedas e arminhos,
sonham, troc… troc… troc…
com seu par de tamanquinhos…
O vídeo abaixo mostra a versão cantada nesse poema, vale a pena conferir!
5) A Casa, de Vinícius de Moraes
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.
Abaixo você vê a divertida versão da Galinha Pintadinha para esse poema/música:
6) A Bailarina, de Cecília Meireles
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo pra cá e pra lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Quer ver a versão do programa Quintal da Cultura sobre esse texto? Assista abaixo:
7) Mãe, de Sérgio Capparelli
De patins, de bicicleta
de carro, moto, avião
nas asas da borboleta
e nos olhos do gavião
de barco, de velocípedes
a cavalo num trovão
nas cores do arco-íris
no rugido de um leão
na graça de um golfinho
e no germinar do grão
teu nome eu trago, mãe,
na palma da minha mão.
8) Ser criança, de Tatiana Belinky
Ser criança é dureza
Todo mundo manda em mim
Se pergunto o motivo,
Me respondem “porque sim”.
Isso é falta de respeito,
“Porque sim” não é resposta,
Atitude autoritária
Coisa que ninguém gosta!
Adulto deve explicar
Pra criança compreender
Esses “podes” e “não podes”,
Pra aceitar sem se ofender!
Criança exige carinho,
E sim! Consideração!
Criança é gente, é pessoa,
Não bicho de estimação!”
9) A Lua no Cinema, de Paulo Leminski
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!
Veja aqui o poema contado pelo pessoal do Quintal da Cultura, que ficou muito bacana!
10) O Pato, de Vinícius de Moraes
Lá vem o pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o pato
Para ver o que é que há.
O pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.
Esse poema para educação infantil, que virou música, é muito conhecido e amado pelos pequenos! A versão audio visual você encontra no vídeo a seguir:
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Livro de poemas para Educação Infantil
Além dos poemas de educação infantil citados anteriormente, recomendo um livro muito bonito para o trabalho de poemas com crianças pequenas: o Poesia na Varanda. Ele foi inicialmente publicado em 2011 e foi dos preferidos de minha filha quando ela tinha 3, 4 anos.
Seguem os primeiros versos do livro, para você se encantar:
Brotou do chão a poesia
na forma de uma plantinha
espigada, perfumosa,
se abrindo toda pra mim:
mensageiro da alegria,
era um pé de alecrim
que dourou a minha vida…
Passou por mim a poesia
na forma de uma gatinha
amarela, tão macia!,
uma bola peludinha
que chegou de mansinho…
Batizei-a de Chiquinha,
fiquei com ela pra mim.
De Sonia Junqueira, retirado do livro Poesia na Varanda
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