Sempre que pensamos numa história de lobo, lembramos rapidamente da Chapeuzinho Vermelho, não é verdade? Mas o conto dos Sete Cabritinhos também traz esse personagem!
A história dos Sete Cabritinhos, escrita pelos Irmãos Grimm e passada de geração para geração, já encantou crianças de todo o mundo. Ela é uma das favoritas dos pequenos, porque o suspense para saber o que vai acontecer prende a atenção até o final.
Confira a seguir a versão oficial, inspirada no livro Grimm: os 77 melhores contos.
A história do Lobo e os Sete Cabritinhos
Era uma vez uma cabra que morava num bosque e tinha sete cabritinhos. Como toda mãe, ela amava muito seus filhos, e se preocupava quando saía de casa e tinha que deixá-los sozinhos.
Um dia a Dona Cabra precisou sair para pegar comida para o jantar. Mas antes chamou os sete cabritinhos e disse:
— Meus pequenos, eu preciso ir ao bosque. Tomem muito cuidado com o lobo, pois dizem que ele tem sido visto aqui perto. Se ele entrar aqui, comerá todos vocês. Aquele malvado costuma se disfarçar bem, mas vocês o reconhecerão pela voz rouca e as patas escuras.
Os cabritinhos responderam todos juntos:
— Fique tranquila, mamãe. Nós tomaremos muito cuidado.
A mãe cabra baliu e seguiu mais confiante. Não passou muito tempo até que os cabritos ouvissem batidas na porta.
— Quem é? — eles perguntaram.
— Meus filhinhos, abram a porta, é a mamãe. Eu trouxe um presente para cada um de vocês — a voz disse.
Os cabritinhos se olharam desconfiados. Aquela voz rouca não era da mamãe, era do lobo! Então eles responderam:
— Não abrimos, não! Você não é a nossa mãe. Pode ir embora, lobo, porque sabemos que é você.
O lobo, que era bem esperto, decidiu pegar um favo de mel que tinha visto numa árvore perto dali. Engoliu todo o mel e percebeu que sua voz tinha ficado mais suave. Então voltou à casa dos sete cabritinhos e bateu à porta novamente.
— Abram, meus cabritinhos queridos. É a mamãe, que já voltou para ficar com vocês.
Mas o lobo tinha apoiado as patas na janela, e os cabritinhos logo perceberam que não era a sua mãe quem estava ali.
— Vá embora, seu lobo! Nossa mãe tem patas clarinhas, e não escuras como a sua. Sabemos que é você.
Então o lobo teve uma ideia: correu até uma padaria que tinha visto no caminho e disse ao padeiro:
— Eu machuquei minhas patas, estão doendo demais! Passe um pouco de massa de pão nelas, e também um pouco de farinha.
O padeiro, que não era bobo, achou que o lobo estava tentando enganar alguém. E se recusou a ajudar.
O lobo ficou muito, muito bravo! Ele abriu a boca bem grande, e mostrou seus dentes afiados. O padeiro ficou com medo de levar uma mordida, e resolveu fazer o que ele estava pedindo.
Com as patas branquinhas cobertas de massa de pão e farinha, o lobo voltou à casa da Mamãe Cabra e dos cabritinhos.
— Abram a porta, meus queridinhos. É a mamãe, eu trouxe presentes que vocês vão adorar.
Os cabritinhos desconfiados pediram:
— Primeiro mostre suas patas. Queremos mesmo saber se é você.
O lobo colocou as patas na janela, mas dessa vez estavam clarinhas! Tão branquinhas e suaves que os sete cabritinhos acreditaram que era a Mamãe Cabra quem estava do outro lado da porta.
Então eles abriram e… Vapt! Num pulo o lobo estava dentro de casa, correndo atrás dos cabritos.
Os cabritinhos, que estavam morrendo de medo, correram para se esconder. O primeiro se escondeu debaixo da mesa. O segundo se enfiou debaixo da cama. O terceiro correu para dentro do forno, e o quarto também se escondeu na cozinha. O quinto cabritinho se fechou dentro do armário, e o sexto se jogou dentro da pia. Por fim o sétimo cabrito, que era bem pequenininho, se escondeu na caixa do relógio de parede.
Mas não adiantou, porque o lobo era mesmo muito rápido. Pegou o primeiro cabrito e o engoliu depressa. Depois achou o segundo, o terceiro… Encontrou todos e engoliu — menos o sétimo cabrito, que continuou escondido.
Depois de tanta comida e correria, o lobo ficou cansado. Saiu da casa e se deitou embaixo de uma árvore. Pouco depois, dormia tão profundamente que até roncava.
Foi quando a Mamãe Cabra voltou para casa e encontrou a porta aberta. Ela entrou e levou um susto: a casa estava toda revirada! As cadeiras estavam no chão, o forno da cozinha aberto, os armários todos mexidos. E seus filhinhos! Eles não estavam ali!
A cabra ficou muito, muito triste. Chamou os sete cabritinhos, um a um, pelo nome. Só quando ela chamou o sétimo filhinho, ele respondeu:
— Mamãe, estou aqui dentro do relógio! O lobo nos enganou e abrimos a porta para ele. Então ele comeu todos os meus irmãozinhos!
Calma, que essa história ainda não acabou!
Dona Cabra pegou seu filho e saiu de casa, procurando o lobo. Foi quando ela o viu dormindo, e notou que sua barriga mexia.
Puxa, seus filhos estavam vivos ali dentro, que sorte!
O lobo tinha comido tão rápido, que tinha engolido os cabritos sem mastigar.
Enquanto a cabra vigiava, o cabritinho voltou à casa e pegou uma tesoura, uma agulha e uma linha, como a mãe tinha pedido.
Dona Cabra abriu a barriga do lobo com a tesoura e seus filhos pularam lá de dentro. Eles estavam bem, que alívio!
Só que antes de fechar o buraco com linha e agulha, a mamãe colocou várias pedras na barriga do lobo. Ela queria ter certeza de que não sobraria espaço para ele engolir mais nenhum cabritinho.
Quando o lobo acordou, percebeu que estava muito pesado. Achou que tinha passado mal comendo cabritos, e resolveu ir embora. E nunca mais foi visto naquele bosque, para a alegria daquela família.
Outro livro sobre o lobo e os cabritinhos
Além de ler a história clássica acima, é bacana saber que esses mesmos personagens aparecem em um outro livro muito divertido. “O Lobo Voltou” conta a história do encontro de vários personagens que morriam de medo do lobo mau: Chapeuzinho Vermelho, os três porquinhos, o menino Pedro (da história Pedro e o lobo), e também da Mamãe Cabra e os sete cabritinhos.
Todos eles leem a notícia no jornal que contava que o lobo tinha retornado. E então resolvem se juntar e se preparar para reencontrá-lo. O livro foi premiado pela Revista Crescer como um dos melhores da literatura infantil dos últimos tesmpos. E também foi um dos favoritos da infância da minha filha (tanto que guardamos o livro de lembrança, por ter sido um dos que mais marcou a hora de dormir aqui em casa). Se você ficou interessado, saiba aqui onde comprar.
Veja também: As Melhores Histórias para Dormir.