Chega um dia em que seu filho não está mais em pé na porta do seu quarto no meio da noite.
Ele não precisa mais que você deite na cama dele para pegar no sono. Não precisa mais da canção que embalou seu sono por anos…
Todo mundo diz que isso vai acontecer: que você não precisa se preocupar com o filho que só quer dormir na sua cama, ou que tem medo de dormir sozinho, porque isso passa.
E passa mesmo! Mas o engraçado é que quando essa fase acaba, ao invés de agradecer porque suas noites ficaram mais tranquilas, você sente saudades. Sente saudade de deitar junto e fazer cafuné, de contar a mesma história pela milésima vez. Sente saudade de ser tão importante na vidinha dele.
Ao invés de vê-lo entrar pela sua porta pedindo colo, é você quem vai até a porta do quarto dele. Está fechada, claro. E quando você abre, tem aquele alvoroço do barulho de esconder o celular que não deveria estar ligado tarde da noite.
Mas tem vezes em que você abre a porta e ainda se depara com aquele sorriso que ele dava tempos atrás. Aquele que diz: “que bom que você está aqui, eu me sinto mais protegido assim”. Então você entende que é um sinal para ficar. Para sentar na cama, dar a mão e aguardar. Talvez ele queira te contar alguma coisa. Talvez não, só queira saber que você está perto.
Enfim, os filhos crescem. E por muito anos você torce por isso – cá entre nós eu não sinto falta dos dois primeiros anos. Cada dentinho que nasce é uma festa, cada palavra aprendida uma alegria.
Mas depois dos 10 anos… Se tivesse um jeito de parar o tempo, você pararia.
Só que não dá. Foi um piscar de olhos desde que você o amamentava. E você sabe que em mais um piscar ele não estará mais ali no quarto ao lado.
Então você aproveita. Você solta aquele abraço apertado que surpreende (“ai , mãe, você está me apertando!”). E captura mais aquele momento no seu coração para guardar para sempre