Um dos estímulos mais importantes que podemos dar às crianças é o da leitura. Oferecer bons livros, que estimulem a imaginação e a linguagem, é um meio de enriquecer o vocabulário e a criatividade dos pequenos. E se esses livros fizerem parte da rica literatura infantil brasileira, melhor ainda! Afinal, cada país tem sua cultura, sua forma de ver o mundo, e as crianças facilmente reconhecem isso nas histórias escritas pelos autores do nosso país.
Por isso nesse post você encontrará uma lista dos clássicos da literatura infantil brasileira. São histórias infantis lindas, cativantes, que conquistarão milhares (ou mesmo milhões!) de crianças. Confira a seguir.
Os clássicos da literatura infantil brasileira
Listas Fabulosas (Eva Furnari – 2013)
Para quem não conhece, Eva Furnari é uma das maiores escritoras da literatura infantil brasileira da atualidade. Ela iniciou sua carreira como ilustradora, até descobriu que poderia fazer textos tão incríveis como seus desenhos.
Foi difícil escolher apenas um livro de Eva para essa lista, mas optei por Listas Fabulosas, que ainda hoje é um grande sucesso de vendas. Com muito humor a escritora nos apresenta às divertidíssimas listas do Clube das Listas (acompanhadas sempre de ilustrações que os pequenos amam).
Uma dessas listas é essa aqui:
Já imaginou como as crianças se divertem com essa leitura? Experimente por aí, e depois me conta o sucesso que foi! Veja aqui onde comprar.
Dez Sacizinhos (Tatiana Belinky – 1998)
Tatiana Belinky é uma das principais autoras da literatura infantil brasileira. Neste livro ela faz uma adaptação de uma parlenda, transformando-a em uma deliciosa brincadeira de subtrair sacis.
A cada vez que a história é contada nas páginas do livro, um dos sacis some. É interessante notar que o ilustrador, Roberto Weigand, coloca um animal na mesma quantidade dos sacis que sobraram. Por exemplo: quando sobraram oito sacis, há também oito formigas na página. Assim a leitura se torna também uma brincadeira para a criança encontrar os bichos e interagir com o livro.
Clique aqui ou na imagem abaixo para ver o vídeo com a história desse livro. Mas é bacana tê-lo também em papel, para que os pequenos possam sentir o livro de perto. Veja aqui onde comprar.
Menina Bonita do Laço de Fita (Ana Maria Machado – 1986)
Nesse fantástico livro infantil, Ana Maria Machado nos traz a história de um coelhinho branco, que se apaixona pela cor de uma garotinha negra. Ele sonha em ter a cor dela, por isso pergunta diversas vezes à menina:
“Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?”.
A garota, que não sabia a resposta, inventa: “ah, deve ser porque eu caí numa tinta preta quando era pequenina…”. “Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina”. E assim o coelho vai tentando fazer tudo o que a menina diz ter feito para ficar pretinho.
Além de apresentar uma estrutura com repetições que prende a atenção da garotada, o livro discute um tema super atual: a importância de valorizar a própria cor. Veja aqui onde comprar.
O Menino Maluquinho (Ziraldo – 1980)
Quando pensamos em um livro que marcou a infância de várias gerações de crianças, é impossível deixar de se lembrar do Menino Maluquinho, não é mesmo? O livro conta a história de um menino “traquinas”, bagunceiro, que não conseguia ficar quieto – passava o dia todo aprontando.
A descrição do menino, logo no início do livro, diz tudo:
A história escrita por Ziraldo é fácil de ler, perfeita para a fase de alfabetização. Além disso, as ilustrações fazem com que as crianças imediatamente se identifiquem com o menino. No final, descobrimos que o Menino Maluquinho nada mais era do que um garoto feliz!
A Bolsa Amarela (Lygia Bojunga – 1976)
A Bolsa Amarela é o livro mais famoso de Lygia Bojunga, uma das mais premiadas autoras da literatura infantil brasileira. Ele traz a história da menina Raquel, a filha caçula de uma família que conta ter três desejos: ser menino, crescer e escrever.
Quando seu irmão pergunta à menina por que ela acha melhor ser homem do que mulher, Raquel diz que os meninos podem um monte de coisas que ela adora fazer, mas quando faz, os outros torcem o nariz. Eles normalmente são os chefes das brincadeiras na escola, jogam pelada, soltam pipa… E um dia serão o chefe da família. Dessa forma, a autora discute os papéis dos gêneros, levantando uma discussão que continua extremamente atual.
E a tal bolsa amarela? Raquel ganha da tia, que não a queria mais. E resolve guardar lá dentro seus desejos, que, ao longo do livro, vão se modificando. Dos três iniciais, a menina acaba ficando com apenas um, já que os outros são resolvidos de outras formas. Será que você adivinha qual deles?
Veja aqui onde comprar o livro.
Marcelo, Marmelo, Martelo (Ruth Rocha – 1976)
Esse é outro clássico da literatura infantil brasileira! São três histórias escritas por Ruth Rocha, que falam sobre situações que as todas as crianças costumam viver, em alguma parte do desenvolvimento.
No primeiro conto, conhecemos Marcelo, o garoto que dá nome ao livro. O menino cisma com as palavras, até que começa a inventar algumas que não existem! Se você conviveu com uma criança que está descobrindo as letras, sabe que frequentemente ela se divertem com isso – trocando uma letra por outra para formar palavras novas.
Na segunda história a autora nos apresenta Teresinha e Gabriela, duas amigas que, de repente, começam a se estranhar. Elas percebem que pensam diferente sobre as coisas, e precisarão aprender a lidar com suas diferenças. Já na terceira parte conhecemos Caloca, o dono da bola que não quer emprestar o brinquedo para ninguém. Mas será que ele terá com quem jogar?
As crianças adoram o livro, porque enxergam seu cotidiano no enredo vivido pelos personagens. Veja aqui onde comprar.
Chapeuzinho Amarelo (Chico Buarque – 1970)
Embora já tenha mais de cinquenta anos, Chapeuzinho Amarelo parece ter sido escrito ontem, pois é um livro incrivelmente inteligente e atual.
Ele reconta a história da Chapeuzinho Vermelho – que, nessa versão, tem um chapéu amarelo. Ela morre de medo de tudo: de trovão, de se machucar, e até de engasgar! E, claro, também tem medo do lobo mau, até descobrir que o que a paralisa não é o lobo em si, e sim seu próprio medo.
A parte em que ela brinca com a palavra LOBO, transformando-a em BOLO, é demais. Minha filha dava muita risada, até o tal medo do lobo realmente desaparecia.
Um livro perfeito para falar sobre coragem com as crianças. Veja aqui onde comprar.
O Gênio do Crime (João Carlos Marinho – 1969)
Esse foi um dos livros que marcou minha infância! Talvez, por causa dele, eu tenha desenvolvido um amor tão grande pelos livros, que acabei de tornando escritora.
O Gênio do Crime conta a história dos amigos Edmundo, Pituca, Bolachão e Berenice, que se deparam com um misterioso caso de falsificação de figurinhas. Eles tentam seguir os passos do falsificador ao contrário: a cada dia observam a direção de onde ele vem até chegar à banca, e assim descobrem o endereço da fábrica onde o crime está sendo cometido.
Para crianças que adoram um mistério, esse é um livro infantil inesquecível! Veja aqui onde comprar.
Ou Isto ou Aquilo (Cecília Meireles – 1964)
Em Ou Isto ou Aquilo Cecília Meireles apresenta às crianças uma noção importante: de que a todo o momento estamos fazendo escolhas. Mais do que isso: que quando escolhemos algo, imediatamente estamos deixando de lado a outra opção – ou seja: que não é possível ter tudo.
O livro usa da repetição e das rimas para criar um texto musicado, que envolve as crianças. E também de temas fáceis que fazem parte do repertório infantil, como o sol, a chuva, os doces, para facilitar a leitura. Veja aqui onde comprar.
Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato – 1931)
Para fechar essa lista dos clássicos da literatura infantil brasileira, nada melhor do que Monteiro Lobato, não é mesmo? Em Reinações de Narizinho, Monteiro Lobato nos apresenta aos personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo: Dona Benta, uma das melhores avós do mundo; Tia Anastácia, com suas comidinhas maravilhosas; Emília, a boneca de pano que ganhou vida; Lúcia, mais conhecida pelo seu nariz empinado, e seu primo Pedrinho.
Os contos reunidos nesse livro foram escritos ao longo da década de 1920, e posteriormente publicados no início da década de 30. Para quem não sabe, o local das aventuras de Narizinho foi inspirado num sítio que realmente existe, no interior de São Paulo (é possível, inclusive, visitá-lo). E as histórias misturam personagens humanos com seres fantásticos do folclore brasileiro, como a cuca e o saci-pererê.
Embora a escrita seja ligeiramente rebuscada em comparação com a usada nos livros mais recentes, a riqueza da fantasia que envolve as histórias de Lobato faz com que seus contos sejam um clássico que vence as barreira do tempo. Veja aqui onde comprar.
Veja também: