Um dos maiores prazeres que eu tenho nessa vida é saborear um bom livro! E de todos que li nos últimos tempos, A Bailarina de Auschwitz é certamente um dos melhores!
Eu não sei você, mas eu sempre fui muito tocada pelas histórias sobre a Segunda Guerra Mundial. Para mim, voltar àqueles dias pelo relato de pessoas que viveram a época é a melhor forma de saber realmente o que aconteceu, aprender com os fatos, para que não tenhamos mais que enfrentar dias tão negros no futuro. Por isso, este livro de Edith Eger é um presente para a humanidade: nele ela conta o que passou durante a guerra e como superou o sofrimento pelo qual passou, para então ajudar outras pessoas com sua profissão.
Durante a primeira metade do livro, Edith, que era ginasta e tinha apenas 16 anos quando o exército alemão ocupou sua cidade na Hungria, relata como foi enviada junto com sua família para um campo de concentração. A forma como ela conta como cada pedacinho da sua vida é estilhaçado – o jovem amor por um garoto do seu bairro, a convivência com os pais, seu próprio corpo que definha com a fome, e sua mente que é torturada diariamente pelos alemães – causa um nó na boca do estômago difícil de explicar.
Uma das cenas mais impactantes é a chegada da família a Auschwitz, quando Edith e sua irmã Magda seguram a mão da mãe. Não darei spoiler aqui do que acontece, mas basta dizer que ela retorna a essa mesma cena no fim do livro, para contar como um minuto pode mudar sua vida inteira. Tão emocionante que, só de lembrar, sinto meus olhos se encherem de água.
“Puxa, Nívea, mas vale a pena ler um livro tão triste assim?”. Confesso que me peguei chorando durante a leitura de muitas páginas! Mas uma certeza que tive ao fim do livro foi a de que nada é impossível para um ser humano que tem vontade de viver! A força de Edith, a forma como ela e a irmã, também prisioneira, se ajudam em todos os momentos, como sua generosidade com outras detentas a ajudou no período mais crítico, tudo é um grande exemplo de amor ao próximo e a si mesma.
Uma das maiores lições do livro é um pensamento surpreendente de Edith: o de que não é possível comparar o sofrimento das pessoas. De que mesmo um sofrimento pequeno para alguns é 100% do sofrimento de uma outra pessoa, quando aquilo ocupa sua vida. É por isso que, depois da guerra (só conto isso porque o livro começa dessa forma, e sabemos logo no início que Edith sobreviveu), a protagonista se forma em psicologia para ajudar pessoas vítimas de outros traumas.
Depois de ler A Bailarina de Auschwitz, é impossível não pensar que seus problemas, mesmo sendo doídos, têm solução (se Edith conseguiu vencer algo muito pior, você também consegue!).
Um livro para ler, reler e amar!
Livro A Bailarina de Auschwitz
Editora Sextante
304 páginas